Esta é uma imagem que retoquei ao estilo das velhas postais coloridas, a partir de uma fotografia (creio que tratada ao sépia) do histórico fotografo, afincado em Ponte Vedra nos finais do século XIX, Francisco Zagala. A fotografia original está catalogada como “Paisaxe. Ca. 1900” no livro publicado polo Museu de Ponte Vedra na década dos 90 e titulado F. Zagala.
As duas personagens centrais, igual vestidas e com os mesmos atavios as tenho vistas também em outras publicações de estampas atribuídas a Zagala, também datadas em 1900, em paisagens próximas ao Caminho Português polo lugar de Ponte-Cabras, Alva, Ponte Vedra.
A disposição dos elementos arquitectónicos e de intervenção da paisagem, o tipo de flora que também existia na década dos 80, e a arcaria da ponte que lembram ainda os maiores do lugar, me levam a afirmar que esta imagem, de princípios do século XX, amostra a represa e mesmo a ponte que deu nome ao lugar de Ponte-Cabras.
Na imagem, o fotografo está situado próximo ao moinho ao que dá serviço a represa que retém a agua do lado direito da fotografia. As duas mulheres e o homem da vara estão em cima do muro de contenção da represa. Em primeiro plano pode-se intuir o que pode ser uma comporta de madeira no muro para desviar a agua do moinho.
Na época da Ditadura, instalou-se ao lado esquerdo da fotografia a fabrica de a “Cross” a qual comprou o moinho. Próximas ao rio construiu edifícios de vivenda e de escritórios com muros de pedra ao estilo de certas vivendas do arquitecto António Palácios. Reformou-se o moinho ao estilo de estes edifícios mudando a coberta e os vãos e desbastando e igualando a pedra dos muros. Instalou-se duas comportas de ferro com mecanismos de abertura metálicos no muro da represa (e dois mais, gigantescas, ao lado do moinho). O moinho aproveitou-se para captação de agua e creio que também como gerador de electricidade.
Não sei bem em que época a empresa demoliu a ponte de pedra e construiu no seu lugar uma ponte de betão para a saída de camiões.
Não sei quando se encerrou a fabrica, mas o terreno e os imóveis passou para um novo dono que os utiliza para o armazém de mercadorias (madeira, áridos, etc.) procedentes do porto de Marim.
Nos anos 70 vinham gente das redondezas a pescar e banhar-se aos dois lados da ponte, mas por ausência de mantimento da represa, e sobre tudo das comportas, a represa sobrecarregou-se de sedimentos do rio, entre os anos 80 e 90 era um verdadeiro esterqueiro com varias empresas vertendo poluição de tudo tipo sem depurar no rio.
Não sei porquê, a entrada da agua ao moinho a taparam com grandes pedras. O sistema de abertura das comportas do muro inutilizou-se completamente e a agua circulava por cima. O dono do armazém (e do moinho) queixava-se de que lhe entrava agua no recinto....
A semana passada passei polo local e a desolação foi completa. A represa estava seca e cheia de moita até o borde da coroação do muro... e , segundo me contaram, parte do muro da represa fora demolido há dois anos com uma escavadora instalada em cima da ponte.
Agora teria que escrever um comentário sobre tal “coisa”, mas prefiro fazer uma resenha ao seguinte comunicado:
Que é o patrimonio Cultural?
Podemos defini-lo patrimonio cultural dun pobo como o conxunto de bens, materiais e inmateriais, de recoñecido valor que reflicten as tradicións e a forma de vivir e pensar ó longo do tempo.
O termo patrimonio, en sentido estricto, significa "o que herdamos dos pais", polo tanto, podemos dicir que o patrimonio cultural de Galiza é o conxunto de elementos materiais e inmateriais que conforman as características específicas da nosa cultura e caracterízase pola súa abundancia, variedade e ampla dispersión xeográfica así como a vinculación á paisaxe que os rodea.
A noción de ben cultural queda subordinada á posibilidade do gozo público, o que, á súa vez, se vincula ó deber de conservación, e iso con independencia de que a súa titularidade sexa pública ou privada.
Así pois, xa que os bens culturais teñen un valor de testemuña histórica e de civilización, os propietarios e as diversas administracións deben preservar ese interese xeral que é o noso patrimonio histórico. No exercicio dese cometido estes entes públicos precisan a colaboración das institucións e, sobre todo, dos cidadáns, no coidado, defensa, protección, conservación e custodia de tódolos bens que forman parte do noso patrimonio cultural.
Podemos defini-lo patrimonio cultural dun pobo como o conxunto de bens, materiais e inmateriais, de recoñecido valor que reflicten as tradicións e a forma de vivir e pensar ó longo do tempo.
O termo patrimonio, en sentido estricto, significa "o que herdamos dos pais", polo tanto, podemos dicir que o patrimonio cultural de Galiza é o conxunto de elementos materiais e inmateriais que conforman as características específicas da nosa cultura e caracterízase pola súa abundancia, variedade e ampla dispersión xeográfica así como a vinculación á paisaxe que os rodea.
A noción de ben cultural queda subordinada á posibilidade do gozo público, o que, á súa vez, se vincula ó deber de conservación, e iso con independencia de que a súa titularidade sexa pública ou privada.
Así pois, xa que os bens culturais teñen un valor de testemuña histórica e de civilización, os propietarios e as diversas administracións deben preservar ese interese xeral que é o noso patrimonio histórico. No exercicio dese cometido estes entes públicos precisan a colaboración das institucións e, sobre todo, dos cidadáns, no coidado, defensa, protección, conservación e custodia de tódolos bens que forman parte do noso patrimonio cultural.
O patrimonio Cultural
Xunta de Galicia
Conselhería de Cultura, Comunicación Social e Turismo
DI: C-1265/2002
Imagem de há duas semanas no mesmo ângulo que a fotografia de Zagala
(câmara A no esquema inferior)
Um pouco mais atrás
Vista no sentido inverso à fotografia de Zagala. Câmara B no esquema inferior.
Panorâmica. Câmara B no esquema inferior.
Câmara C
(câmara A no esquema inferior)
Um pouco mais atrás
Vista no sentido inverso à fotografia de Zagala. Câmara B no esquema inferior.
Panorâmica. Câmara B no esquema inferior.
Câmara C
O moinho desde o caminho da Gándara.
Peregrinos a Compostela (câmara D). O Caminho Português, em um tramo anterior, fora tapado pola construção do primeiro caminho de ferro, e agora o caminhantes vêm por aqui quando antes, por este tramo, vinham polo outro lado do caminho de ferro (a direita na fotografia).
Esquema com base uma fotografia de satélite do Google Earth.
2010-05-19
obras do ave na agalega.info :
Fotografia aérea tirada do Virtual Earth
Recreação - Desolação
Fundo de ecrã para um monitor de proporções 1680x1050 pixeis
Recreação - Desolação
Fundo de ecrã para um monitor de proporções 1680x1050 pixeis
Fundo de ecrã para um monitor de proporções 1152x864 pixeis
2010-05-19
obras do ave na agalega.info :
2 comentários:
Lo tomo como ejemplo para mis alumnos. Gracias.
Um prazer L. de Guereñu Polán.
Recentemente achei outra fotografia de F. Zagala mas desta vez olhando da cima da Ponte cara o Moinho
num site de antiguidades em Madrid
Tesoros del Ayer
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